Soneto aos poetas
Canta, entra no mundo da magia,
põe o tom da paixão n´alma inquieta
move do céu os trovões da alegria
diz o amor com lábios de profeta.
Ergue o teu pensar em linha reta
canta o que tem da vida mais valia
e se alguém não se lembrar do poeta
talvez ainda se lembre da poesia.
Fugir de um amor quem o faz se ilude,
revela uma poesia feita a esmo
quem ama e se fecha em si mesmo.
O amor é poesia na sua plenitude!
-Poeta, dessa madeira que tu lavras
constrói o teu castelo de palavras!
Queixas
Trovões da tua ira abalaram os sólios,
a voz rasgou o peito numa dor aguda.
Gritaste até fazer tua língua muda
e brotar um rio do pranto dos teus olhos.
Mão trêmula, ao céu pediste ajuda
qual um náufrago num mar d’abrolhos.
Mas, destino e amor ninguém escolhe-os
isso tanto nos mata quanto nos saúda.
Ninguém tem a chave pra abrir o amanhã
e ver as páginas brancas do futuro
qual procurando luz num val escuro.
Ria. Envenena essa tristeza vã!
Se ele te deixou, mas dele não deixas,
vais morrer dando vida às tuas queixas...
Filho
Homem sem prole, jóia sem brilho,
sua vida é rica, pobre de emoção,
é qual andar fixo sobre um trilho:
a linha é reta, mas não tem direção.
É vazio, é viver por dentro num exílio,
um passar pelo mundo sem razão.
Ser alguém, existir e não ter um filho
é não ter um sol ao vir a escuridão.
Ó luz do amor, sublime esperança,
ser que provém do cálix do nada
vem do pecado, coisa sagrada!
Há um mundo no olho de uma criança!
-Nos meus olhos, meu filho vê a paz,
a mesma que vi nos olhos dos meus pais!
Homem e Mulher
Homem e mulher, desejos em harmonia,
duas metades da mesma paixão
mãos e corpos na mesma sintonia
dança na melodia do coração.
Segredos guardados na anatomia
mente, sangue e nervos em propulsão.
Viagem ao prazer... Sonho e fantasia,
poção do amor, ternura, sedução.
É assim o amor, velho e novidade,
química que ilude os sentidos
e move os passos da humanidade.
Homem, mulher, colham com todo vigor
na flor dos lábios beijos perdidos,
n’árvore do corpo o fruto do amor!
Palavras
Não silencie, a palavra não para,
é arma que salva mas fere também.
A voz não esconde a verdade clara
viga mestra que a vida sustém.
Mais vale a palavra que jóia rara
prata e poder ao dom de quem a tem;
Deus une, mas a palavra separa,
dos céus é a terra, o mundo de ninguém.
É a palavra o segredo dos sábios.
E no universo, sob a égide das leis,
viu tombar os séculos, rainhas, reis...
Falem os olhos ao temor dos lábios!
Não ouça o nada, a palavra é tudo,
até ouvir surdo o que se diz mudo...
Soneto do adeus
Adeus. A lâmina cruzou o instante.
Pedaços de amor caíram ao vento
rolaram nas águas do tormento
se fez pedra o que foi diamante.
Adeus. As mãos longe e por um momento
os lábios perto, o beijo distante.
O que restou do amor, qual um brilhante,
perdeu-se na caixa do sofrimento.
Aonde vais? Só o amanhã te espera!
O raio de luz dentro da esfera
enche de ouro tua alma vazia.
Estou só, um ser cortado ao meio,
parte vai, outra volta d´onde veio,
solidão, onde fiz esta poesia...
Verdades
Dentro do silêncio tem um grito
entre os meus lábios vai explodir
e unir as coisas que mais acredito
e guardá-las sob o chão do meu porvir.
Seguirei só, a vida a me seguir,
por ruas de pétalas e granito;
procurando, nos dias que hão de vir,
meu futuro além do infinito.
Sombras, luzes... sonhos de ser feliz.
A esperança que o viver destila
é ouro dando brilho na argila.
Hoje, tudo o que sei a vida me diz,
vem, na certeza que me invade,
do chão onde pus minha verdade!
Outros Sonetos:
Olá amado vim retribuir a visita que vizeste em minha casa.Estive viajando e qual surpresa ao abrir a porta de minha casa , na sala estava sua mensagem.Obrigada pelas palavras ,volte sempre.Beijos na alma ...estarei no facebook com certeza
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