Suely
(Despedida)
Não diga nada se eu me for agora
lembre-se que o silêncio é uma prece
e que o adeus, n’alma de quem vai embora
é cicatriz que não desaparece.
Não diga nada quando for a hora
veja o meu pranto, mostre sua finesse.
Certezas ficam nos olhos de quem chora
quem uma vez amou, morre mas não esquece.
Não diga nada, não é o momento,
só o som da despedida, seja breve,
você grita e não fala quando deve...
Guarde o que restou do seu sentimento.
Quem sabe um dia, o amor, eu não juro,
nossos rastros se cruzem no futuro?!
Phedra
( Imagem)
Vou guardar na memória teu sorriso
pra vir comigo por onde eu for
quero lembrá-lo quando indeciso
entre a solidão e o teu amor.
Não quero perder quem eu mais preciso
e ter que maldizer a minha dor:
Quem perde quem ama perde o juízo
e ao perder é que se dá valor.
“Quero sorrir quando lembrar-me dela.
Mesmo eu sem ela, ela de mim ausente,
tê-la na idéia como se aqui presente.
Sigo, sua imagem nunca foi tão bela,
e se imagino-a, por qualquer razão,
sinto-a beijar-me na imaginação...“
Olívia
(Gomorra)
Daqui de dentro contemplo lá fora
o bramir da chuva que se estilhaça
no painel da rua, na frágil vidraça,
depois em tênue garoa vai embora...
E vem o vento, uivando se adelgaça,
e das copas as folhas desincorpora;
fiapos de bruma se elevam e agora
rodopiam num novelo de fumaça...
Estou só, nesse frio apartamento.
Sem amor, cada minuto é um tormento
e tua imagem vou esculpindo no ar...
Quero o teu corpo – Inferno e altar! –,
em nosso leito fazer uma Gomorra
e de amor... te matar antes que eu morra !
Nilza
(Quatorze versos)
Sonhando teu amor fiz este soneto
pra ser inteiro falta a outra parte:
Viver meio amor é viver sem arte,
é viver num mundo em branco e preto.
Sonhei pra mim esse amor que quero dar-te
e unirmos nossas vidas num dueto.
Sonhei teu amor no peito, meu amuleto,
quem é feliz tem no amor seu estandarte.
Sonhando fiz-me poeta, com destaque.
Vi minha poesia em lábios risonhos,
meus sonhos embalando outros sonhos.
Lembrei Vinícius, Cruz e Souza, Bilac...
-Até agora outro poeta não nasceu
pra fazer belos poemas que nem eu!
Inácio Dantas
Do livro © “Janela para o Mar”
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