domingo, 28 de agosto de 2011

Sonetos para um novo tempo




         Falsas verdades

Mirem essa gente que vive sem pressa
amando o que faz pra ter amor no que fez:
-Sou uma delas. Minha vida é uma peça
feliz, vivo um dia de cada vez.

Viver é um show, alegria que não cessa,
sol que reluz desfibrando a turvez.
Sou feliz! O amor por mim se expressa
entre essa gente de talhe cortês.

Quantos falsos virão por mais que acabe-os
criando mundos frágeis, de mentiras,
vendendo seixos por rubis e safiras?

Mirem essa gente com brilho nos lábios
que tem pureza e verdade nos olhos
e não brilho falso por mais que se olhe-os!





        O poder do amor

Quem no ódio nasceu no ódio vai viver
se o amor não brotar dentro do peito.
Quem amor plantou amor  vai colher
pois toda ação tem  causa e efeito.

Quem já foi só, só não vai querer ser
antes a morte que um sonho desfeito.
Quem vive triste morre sem saber
que viver é ser feliz de qualquer jeito.

Ninguém quer um sonho que não alcance.
Todos buscam riqueza, saúde, sorte
e achar o caminho pra fugir da morte.

No amor,  ninguém nega pra si uma chance,
pois, quem não provar a seiva da paixão
vai viver bebendo o fel da solidão!





           Paralelas

Não deixe murchar a rosa do sorrir
faça-a abrir qual a luz na escuridão
a flor d'alegria refulge no porvir
a flor da tristeza mate-a em botão.

Não deixe o pranto do rosto cair
que a vida é  breve pra sofrer em vão
a boca que grita também pode rir
antes um riso que a desilusão.

Lágrimas enfraquecem o sentimento.
Lamúrias destilam o fel da tristeza,
pro infeliz, o sol é uma vela acesa.

Alegria não dá vida ao sofrimento!
Queira mais, e sempre pense positivo:
-Ser feliz é o sonho de quem ‘stá vivo!





    Tempo e vida

Por que o tempo passa, longo e breve,
ágil corcel que não se prende no laço
carrega a vida feito pluma leve
intenso e fugaz igual raio no espaço?

Por que o tempo vem, sem asas no passo
e de repente nos toma o que nos deve
e se eleva no ar em tênue mormaço
e dissolve pra sempre qual fogo e neve?

Por que a vida voa em suave cadência?
Hoje quem é velho foi ontem um menino
viver é obra da máquina do destino.

Vamos, a vida é um sopro de existência!
Do tempo a morte é noiva cortesã
cada hoje a mais é menos um amanhã!





             Vício

Se o amor for droga vou viver dopado
pairando no ar como seda fina
vendo esferas sob um véu quadrado
sorvendo amor,  qual fosse cocaína.

Quero velejar no céu ao teu lado
em nuvens diáfanas de purpurina
provar o prazer que jamais hei provado
qual overdose fatal de heroína.

Quero assistir um anoitecer dourado
e colher estrelas...Mmas, melhor seria,
provar teu amor toda hora,  todo dia.

Se o amor for droga vou viver drogado,
abrir o teu corpo pra entrar o corpo meu
e os dois em um atingir o apogeu!

     Inácio Dantas
     Do livro © “Janela para o Mar”

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domingo, 14 de agosto de 2011

Sonetos aos pais e mães




     Soneto ao meu pai
    (João Dias Ferreira)

Pai, quero tua voz a ditar-me o certo
num tom firme quando em meus deslizes.
Quero te olhar nos olhos, ouvir o que dizes,
guardar as lições no meu peito aberto.

Pai, todo bom caule tem boas raízes
plantio sem amor dá um fruto incerto.
Todo bom filho quer seu pai por perto
só abraçam o mundo os que são felizes.

Pai, tolere meus erros, não se zangue,
as mãos que punem também dão carinho,
no teu mapa do amor tem o meu caminho.

Pai, corre nas minhas veias o teu sangue.
Fiz-me do que és desde a concepção
-Dois corpos unidos num só coração !





   Soneto às mães

Ouçam as mães dos homens que vão à guerra
suas vozes têm o poder da razão
o que elas dizem é bala que não erra
atinge em cheio o centro do coração.

Guardam as mães o dom da premonição
lutam sem armas se o pano descerra;
quebram os dogmas da transformação
-As mães são os anjos da paz na terra!

Jamais desprezem o que elas têm a dizer.
Elas são uma bíblia de ensinamento
morrem por nós desde o nascimento.

Ouçam suas mães senhores do poder!
Tal qual o sol e as estrelas mais belas
antes de nascermos o mundo era delas!

     Inácio Dantas
     Do livro (“Janela para o Mar”)

Temas relacionados (Crianças felizes):

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domingo, 7 de agosto de 2011

Poemas para cantar ao violão




   Cavaleiro de um rei

Hoje eu tive um sonho
tão estranho e real
dei um mergulho na história
no tempo medieval

Eu tinha espada de aço
montava um fogoso corcel
erguia a lâmina no espaço
fazia desenhos no céu

Defendia o bem e o direito
o pobre, a justiça e a lei
brasão dourado no peito
eu era cavaleiro de um rei

Sou cavaleiro de um rei
dos tempos medievais
onde o amor e a lei
era a riqueza dos meus ideais

Soldado e senhor desta guerra
defensor da liberdade
protegia os murais do castelo
guardião da felicidade

Cavalgava livre nos campos
entre as flores e o céu azul
eu era um servo real
da Távola do Rei Artur

Agora relembro a história
e sinto uma grande emoção
eu tinha respeito e glória
e uma princesa no coração!




    Forró do Dragão

Hoje o chão vai ferver
o dragão vai despertar
relampejar no deserto
e sair fogo do mar

Abre o botão da camisa
deixa o suor escorrer
quem tá pensando em tristeza
pode tratar de esquecer

Hoje o forró é dos bons
que solta faísca no ar
até saci pererê
não vai parar de dançar

Traz a morena pra perto
deixa a brasa queimar
que a alegria chegou
e o dragão vai fumar

A noite vai ser pequena
mais quente que um vulcão
labareda de fogo
vai escorrer no salão

Toca a sanfona, a zabumba
bate o pandeiro na mão
a alegria chegou
esse é o forró do dragão

Mulher feia tou fora
não quero nem pôr a mão
se for bonita tou dentro
dançando o forró do dragão

Inácio Dantas e Luciano Pasqual




     Fênix

Na solidão estou chorando
nosso amor que se perdeu
ao perdeu meu amor pra outro
perdi tudo que é meu

Me pergunto a toda hora
o que é que eu vou fazer
de que vale a vida agora
se eu não tenho mais você

O que vai ser da nossa casa
e das flores no jardim
até as rosas estão tristes
chorando por mim

Nossa rede na varanda
onde o sol ao entardecer
clareava nosso amor
abraçando eu e você

Em nosso quarto, noite e dia
eterno amor você jurou
hoje a cama está vazia
sua ausência é o que restou

Agora vivo a saudade
sinto lágrimas no olhar
coração triste no peito
morro em vida ao relembrar

Quero renascer das cinzas
não me canso de esperar
sou Fênix, e vivo para sempre
esperando você voltar!




Cheque visado (Samba dolente)

Não vou suportar vê-la feliz
perder seu amor não foi legal
vê-la com outro por aí
abalou o meu emocional

Quem faz o que o coração diz
se esquece do fundamental
que às vezes, debaixo do nariz
pode estar o bem para o seu mal

Briguei
e vivo o arrependimento
no peito tristeza e dor
devia ter xingado o vento
e não o meu grande amor.

Perdoa amor, Perdoa
quem ama deve perdoar
agora eu sou outra pessoa
prometo nunca mais brigar

Perdoa amor, Perdoa
te imploro pra me perdoar
pode voltar numa boa
vamos reconciliar

Se você voltar ao meu lado
vou fazer festa pra você
e pra te mostrar meu valor:
vou te dar um cheque visado
de um bilhão de amor

vou te dar um cheque visado
de um bilhão de amor

Inácio Dantas