quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sonetos - Uma flor para a mulher amada!





     Soneto Vivo

Por arma a caneta, poemas por batalha,
exército de palavras em desafio.
Vestidas de azul, pelotão ao meio fio
letra a letra vão erguendo a muralha

sólida, forma e cores no vazio.
É poesia - pó do amor que se espalha -.
Sangue azul cingindo a mortalha
branca, sombra e luz num só perfil.

Amar sem poesia é viver sem ideal
é fazer-se náufrago em onda calma
é renegar um sonho imemorial.

Rima e verso, corpo e esqueleto.
-Deus, só falta espírito e alma
para ter vida este soneto!




        Alarme

O que fazer, se és toda em zelo,
se há em ti um ser que alucina?
Se me é teu amor luz que descortina
então que seja meu se posso tê-lo!

No calor espesso, penumbra fina,
sorris, e tentas o rosto escondê-lo.
Ei-la. Vejo-te nua a olhar-se em pelo,
coisas de mulher, corpo de menina...

Clarão da lua, estrela do teu lume,
nos teus olhos verdes a apunhalar-me
me entra na alma sem fazer alarme;

palavras doces, cheias de perfume,
meu corpo frágil, teu abraço firme,
boca a beijar-me, mãos a seduzir-me...




     Pensar em ti...

Só em ti pensar ainda me resta
e ouvir o que a minha língua fala;
as palavras, minha mente em festa,
ecoam música qual noite de gala.

Te desenho em mim sem franzir a testa
mas, tua imagem deixo a névoa apagá-la;
eis que não é nosso o que nos empresta
assim como é do sol o brilho da opala.

Penso... No ar teu vulto transfigura,
tua forma se transforma em obra pura
e a posse do teu corpo a mim proclamo.

Penso em ti... Mas teu amor eu não tenho
ele só tem vida quando te desenho
e tua voz escuto a dizer: “Te amo”...
  
     Inácio Dantas
     (do livro ® “Sombras e Luzes”)

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Um comentário:

  1. Palavras em desafio...
    Sempre bom!
    Olha, não consegui encontrar seu perfil no facebook.
    O meu, Eneida Freire
    Chama lá!
    Abraço!
    Feliz Ano Novo!!!

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