Soneto para Paula
(Âmago)
Amor que eu amo, amor que me conforta.
Esplêndido. Doce. Amor que me redime.
Amor febril, que apaga a luz e fecha a porta,
que dorme comigo e se faz sublime.
Amor benfazejo, que não se reprime,
que dá-se inteiro e não se importa;
que me faz morrer sem cometer crime
e dá vida ao prazer até quase morta.
Amor infinito, amor imemorial,
que faz o momento um eterno segundo
que até me quer bem quando me quer mal.
Amor que transborda, amor superior.
Frágil, viril, imenso, largo, profundo,
nascido do ventre do próprio amor !
Soneto para Nathália
(Até logo)
“Nunca mais...” Isso pra mim não é resposta
nem argumento que me satisfaça
há sempre um sol nos olhos de quem gosta
e vida longa quanto mais o tempo passa.
“Nunca mais...” O desafio lhe faz disposta
mesmo que em erros tudo se desfaça.
Quer deixar-me? Tente, faça sua aposta,
mas se vencer do amor não ergue a taça.
Pense bem, amar não rima com sofrer.
Jamais se deixa quem ama de verdade
por aventuras que nos traz a liberdade.
“Nunca mais...” Isso não se diz a bel prazer.
Fique. Não deixe o meu amor, eu lhe rogo,
despedida de quem ama é “até logo”.
Soneto para Marília
(A estrela de Marília)
Guardo na boca o beijo de Marília
um beijo ganhado num ato fortuito:
Foi prata da lua banhando uma ilha
o sol explodindo em curto-circuito.
Guardo esse beijo sabor-maravilha
pois me vale milhões por ser gratuito.
Qual outra boca, que não a de Marília,
de um beijo o calor pude ter muito ?
Levo essa emoção que me leva avante:
Com ela estou, que ela está comigo,
e segue pra sempre por onde eu sigo.
Agora, abro a lembrança a todo instante:
-Marquei no céu uma estrela que brilha
e pus dentro dela o beijo de Marília !
Inácio Dantas
(do livro de sonetos © “Janela para o Mar”)
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