sábado, 25 de junho de 2011

Poema “Eu e o Sabiá”




Num galho da laranjeira, sabiá fez o seu ninho
na árvore mais alta, no meio do pomar
olhando todo dia o vai-e-vem do passarinho
também com muito esforço eu construí meu lar.

Enquanto o sabiá usava o seu biquinho
com meus braços fortes levantava as paredes
à noite, já cansado ele dormia sozinho
e eu também dormia, sozinho numa rede.

Sabiá, Sabiá
quanto sofrimento e dor
sabiá, sabiá
eu também sofro de amor.

Bem cedo de manhã, antes do sol despertar
seu gorjear abria as portas da imensidão
cantava na janela até eu levantar
parece que entendia a minha solidão...

O tempo foi passando, terminei a minha casa
pintei toda de branco, portas de azul-marinho 
no entanto o sabiá não batia suas asas
porque tinha alguém dividindo o seu ninho...

Sabiá, Sabiá
Quanto sofrimento e dor
Sabiá, sabiá
Eu também sofro de amor.

Fui ver o meu amigo o que tinha acontecido
e era tanta festa no alto da laranjeira
dois novos sabiás ali tinham nascido
agora tinha filhos e uma bela companheira.

Igual o sabiá encontrei minha amada
e também vivo feliz meu amor ao lado dela
agora todo dia quando é de madrugada
feliz o sabiá gorjeia na minha janela

Sabiá, sabiá
Sofrimento acabou
Sabiá, sabiá 
Como é bom ter um amor!

     Inácio Dantas

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