sábado, 9 de julho de 2011

Cinco Sonetos Sublimes (I)



    Soneto "Voz divina"

“O reino dos céus Eu lhe darei!”
Bradou uma voz lá das alturas.
“Prove a hóstia das escrituras
e segue o que diz a Minha lei.”

“Quebre o cálice das amarguras,
abre sua alma ao Novo Rei;
O sangue que na cruz Eu derramei
é luz eterna nas noites escuras.”

Hoje me encontro no Teu nome,
no meu peito fiz Tua guarida
e em mim sinto viver a Tua vida.

Dá o pão do amor à minha fome,
teu amor é novo, meu corpo velho,
eis aqui o meu reino: o Evangelho!




      ELE Vive

Sorria! O céu ainda está no seu lugar
e Aquele que o habita te conduz.
Entre o sol e as estrelas, eis o Seu lar,
lá, vive desde Sua morte na cruz.

Ele é o Verbo: Sua palavra seduz,
Hás de encontrá-Lo no teu procurar.
No teu crânio guarda o nome: Jesus.
Ele vive s’estiver no teu pensar.

Quem teria dois mil anos de história
sangue e lágrimas unidas pela fé
se não fosse Ele filho de quem é?

Só o Seu reino tem beleza e glória!
Jóias, castelos... não valem isto
que está na mão direita de Cristo!




       Altíssimo

A morada do Altíssimo é o céu.
O Altíssimo no Alcorão é  Alá;
Seu Filho é Jesus, e também Emanuel,
O Verbo, no livro bíblico, é  Geová!

Para os Zens o Altíssimo é Buda
e o mesmo é Moisés para os judeus;
Ele é um só, mas seu nome é que muda,
toda prece vai buscar o mesmo Deus!

Ele 'stá em nós, na fé que nos invade,
Seu amor vence o tempo mas não desfaz-se,
mesmo sem jamais ter visto Sua face.

Em francês Ele é Dieu; em inglês God:
são mil formas, tradução sempre igual,
Ele é O Rei na linguagem universal





    Uma conversa com Deus

Sim, Deus meu, somos filhos da baderna,
tudo fazemos pra não merecer-vos;
Olhai, já não mais nascemos vossos servos,
somos os romanos da era moderna.

Todos buscam o caminho para ter-Vos
na essência de uma luz que se alterna:
Ou é a morte a nos mostrar a vida eterna
ou é a vida a matar-nos, pele, nervos...

Falais por mim, e Ouvis o que Vos falo,
pois se Vosso nome elevo-O nas dores
n´alegria, morra-me a voz se eu negá-Lo!

Deus, nos destes o amor, para ele dar-Vos
como centelhas num plural de cores
n´alma dos gênios, no coração dos parvos...





             Portal

Estou com Deus onde quer qu´eu esteja
e Ele em mim, no pacto da oração.
Vou louvá-Lo.  Carne, vinho e cerveja,
vou pular, cantar, rolar pelo chão...

Vou sublimar o que a alma deseja,
cultuar o Seu nome nesta canção.
No altar da fé, pleno de emoção,
erguer o muro forte da Sua igreja.

Quero viver a dádiva da Sua glória
e ao tocar o fruto que dá o chão
sentir que nele já tocou Sua mão.

Não quero pra mim uma vida ilusória.
Assim, desprendo-me do meu ser carnal
e vou com Ele para o reino imortal!

     Inácio Dantas

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